Café com Prosa & Livros: 05 LIVROS QUE VOCÊ DEVE LER PELO MENOS UMA VEZ NA VIDA

Oiiiii pessoal!

Pensando em algumas turbulências da vida escolhi um livro para tentar aliviar a mente. Nos momentos de dificuldade gosto muito de ouvir uma música, quase sempre um relaxante rock, ou ler um bom livro, pois cada história nos ensina a lidar com diferentes fases de nossas vidas.

Acredito que os livros têm o poder de nos auxiliar a enxergar sempre além e nos dão a oportunidade de entender experiências que enfrentamos, as quais muitas vezes não temos a calma necessária para compreender.

Diante disso, resolvi apresentar para vocês a minha lista de 05 livros, sobre diferentes temas, que me ajudaram a ver o mundo de um modo melhor e que acredito que vocês devem ler pelo menos uma vez em sua vida.

01 - Cem Anos de Solidão - Gabriel García Márquez

Essa obra fez com que eu me apaixonasse pelos livros de Gabriel García Márquez. Ela é um clássico da literatura mundial e um sucesso absoluto com mais de 50 milhões de exemplares vendidos.
O livro narra a história da família Buendía, uma estirpe de solitários que habitam a mítica aldeia de Macondo. A narrativa desenvolve-se em torno de todos os membros dessa família, com a particularidade de que todas as gerações foram acompanhadas por Úrsula, uma personagem centenária e uma matriarca conhecida. Apesar de ser um livro cheio de complexidades, Cem Anos de Solidão poderia ser resumido com uma definição muito simples: o fluxo da solidão ante o passar das gerações da família Buendía.
Embora não seja uma leitura fácil sou completamente apaixonada por esse livro... Ao longo de mais de cem anos as agruras, obstinação e solidão da família Buendía não mudam. O tempo corre, passa e avança, mas é como se sempre estivesse parado, pois a família Buendía continua vivendo, amando e sofrendo todos os dias em cada recanto da América Latina, pois, como estava previsto nos pergaminhos do cigano, “era irrepetível desde sempre e para sempre, porque as estirpes condenadas a cem anos de solidão não tinham uma segunda chance sobre a terra”.

Editora Record - Páginas 448 - R$ 47,90

02 - Orgulho e Preconceito - Jane Austen

"É uma verdade universalmente conhecida que um homem solteiro na posse de uma bela fortuna deve estar necessitando de uma esposa".

Com essa citação inicio minha tentativa de explicar em poucas palavras a magnitude dessa obra. O livro se passa na sociedade inglesa do início do século XIX e mostra um olhar crítico sobre as características da época: educação, cultura, moral e casamento na sociedade aristocrática.

A história gira em torno dos Bennets, um casal com cinco filhas, das quais – de acordo com o Sr. Bennet – somente as duas mais velhas (Jane e Elizabeth) têm algum juízo. Há ainda Mary, Lydia e Kitty. Quando o Sr. Bingley, jovem bem sucedido, aluga uma mansão próxima da casa dos Bennet, a Sra. Bennet vê nele um possível e excelente marido para uma de suas filhas. O primeiro contato das garotas da casa com o Sr. Bingley acontece em um baile. Enquanto o Sr. Bingley é visto com bons olhos por todos, seu amigo, o Mr. Darcy, por seu jeito frio, não agrada. Lizzy, em particular, desgosta imensamente dele, por ele ter ferido seu orgulho na primeira vez em que se encontram ao recusar-se a dançar e dizer que ela não era bonita o suficiente para ele.

Ao longo da história Jane se apaixona ainda mais por Bingley, Lydia tenta a todo custo se casar flertando ainda mais com os militares, e Elizabeth é apresentada ao Sr. Wickham, um dos militares que cresceu com Mr. Darcy, o qual não perde tempo em mencionar todas as injustiças que o orgulhoso e vaidoso Darcy fez com ele. Tal fato contribui para aumentar o desprezo que Lizzy sente.

Não vou contar mais detalhes para não estragar a leitura de quem ainda não conhece a obra, mas também em razão do meu objetivo nesse post ser o de explicar em poucas linhas a razão de considerar esse romance indispensável na lista de leituras.

Jane Austen possui uma escrita magnifica que permite identificarmos claramente a força e "rebeldia" da personalidade de Elizabeth Bennet, bem como o mesmo desprezo por Mr. Darcy. A narrativa permite sentir exatamente o que a heroína está sentindo, razão pela qual conseguimos perceber e admirar o crescimento pessoal de ambos os personagens. A chama cresce no peito de ambos a medida que o preconceito e o egocentrismo é deixado de lado fazendo dessa uma história adorável e inspiradora.

Mr. Darcy é o cavaleiro romântico favorito da literatura, pois ele não está no mundo para agradar. Ele é esnobe, arrogante e tem preconceitos com as classes inferiores, mas se mostrou alguém capaz de mudar ao superar seus defeitos tornando-se digno do amor de Elizabeth.

Ai ai ai ai.... Mr. Darcy! 💘💘💘💘💘

Editora Martin Claret - Páginas 480 - R$ 27,90

03 - Misery: Louca Obsessão - Stephen King

Acho que já disse isso antes, mas não me canso de repetir: eu amo Stephen King. Digo isso para destacar que esse não é o meu livro favorito, mas eu considero indispensável a sua leitura.

Considero esse livro um dos mais macabros do King, pois é algo realmente passível de acontecer. Não há nada de sobrenatural nesse livro, razão pela qual a loucura da personagem é tão crível possível de acometer alguém.

O livro conta a história de Paul Sheldon, um famoso escritor reconhecido pela série de best-sellers protagonizados por Misery Chastain. No dia em que termina de escrever seu último manuscrito, ele sofre um grave acidente de carro, devido a forte nevasca. Para sua sorte, Paul é resgatado pela simpática enfermeira aposentada Annie Wilkes, a qual se autointitula sua a fã número um. Ao ver o manuscrito ela pede para lê-lo, mas o desfecho do último livro com a personagem Misery desperta na enfermeira seu lado mais sádico e psicótico. Profundamente abalada com o destino da personagem, Annie o isola em um quarto e inicia uma série de torturas e ameaças, que só chegará ao fim quando ele reescrever a narrativa com o final que ela considera apropriado.

Considero esse livro excelente, pois nos apresenta o pior desse lado fascinante envolvendo o artista e seus fãs... Ninguém está livre do fanatismo intenso e mortal de Annie, o qual evidente que foi agravado por distúrbios psicológicos. No entanto, o comportamento da personagem é possível e não está distante da realidade e casos como o de John Lennon, Selena, Dimebag Darrell, Rebecca Schaeffer e outros estão aí para provar isso.

O livro nos mostra aquilo que deveria ser óbvio: o artista é alguém como nós e deve ter seu espaço, liberdade e privacidade respeitados. Fora isso, nos mostra que nunca podemos saber o quanto de loucura está guardado em outra pessoa.

Aproveito para indicar o filme baseado nesse livro, pois a atuação de Kathy Bates é extraordinária!

Editora Suma De Letras - Páginas 326 - R$ 25,90

04 - As Cinco Pessoas que Você Encontra no Céu - Mitch Albom

Esse é um dos raros casos em que primeiro vi o filme e depois fui atrás do livro. Já perdi as contas de quantas vezes vi esse filme e do quanto parece que não me cansarei de ver.

Um tempo atrás fiz uma resenha desse livro, o qual conta a história de Eddie, um idoso que teve uma vida muito dura. Na infância ele sofreu uma educação rígida do pai e na sua juventude sofreu os horrores da guerra. Durante toda sua vida ele trabalhou como mecânico responsável pela manutenção de um parque de diversões. Depois de sofrer um acidente ele encontra cinco pessoas que fizeram parte de sua vida e o estão aguardando para prepará-lo para uma nova jornada.

O livro é simples e leve e sua principal mensagem é de que todos nos somos de algum modo responsáveis e importantes na vida de alguém. Não precisamos, necessariamente, lembrar de termos encontrado alguém, mas certamente nossa passagem em sua vida não terá sido em branco.

Eddie acredita que tenha levado uma vida medíocre e que nada de bom surgiu de suas atitudes sendo que ao 86 anos acredita que a morte será o fim dessa vida sem sentido. A beleza da narrativa está em nos mostra que, na verdade, morrer não finalizada nada, pois se trata de um novo começo e que, durante nossa estadia na Terra, tudo está conectado e que nenhuma vida e um desperdício.

Não há como não pensar na quantidade de pessoas que cruzamos em nossa vida e no quanto, o menor dos gestos ou ato praticado, pode ser fundamental para impactar e influenciar a vida de outro ser humano.

"Guardar a raiva é envenenar-se. Ela nos consome por dentro. A gente costuma pensar que o ódio é uma contra a pessoa que nos fez mal. Mas a lâmina do ódio é curva.E o mal que fazemos com ele, nós fazemos a nós mesmos".

Editora Arqueiro - Páginas 192 - R$ 35,00

05 - Os Irmãos Karamazóv – Fiódor Dostoiévski

Chegamos ao último, mas não menos importante livro. Aproveito para dizer que não fiz a lista por ordem de preferência e que cheguei ao final com lágrimas nos olhos por não ter tempo de fazer uma lista maior... Há muito livros bons que deixei de fora.

Fiz essa lista pensando nas mazelas atuais da minha vida... hahaha

Bom, quanto ao livro para mim é certamente um dos melhores romances de Dostoiévski. O autor aborda com maestria os grandes temas da sociedade russa na época e as questões existenciais que o afligiram a vida inteira. Confesso ser extremamente difícil resumir essa obra devido a toda sua intensidade e magnifica abordagem de praticamente todos os males do homem no mundo.

O livro tem início contando o surgimento da família Karamázov. Há o libertino e irresponsável Fiódor Pávlovitch, o qual se casa e tem um filho chamado de Dimítri, que acaba relegado após a morte de sua mãe. O viúvo Karamázov se casa novamente e tem mais dois filhos chamados de Ivã e Aliéksiei, os quais também perdem a mãe e acabam com um destino semelhante ao do irmão mais velho.

Como a morte do patriarca surge a pergunta: Quem matou, o Fiódor Karamázov? Evidente que as suspeitas recaem sobre os irmãos, isto é, sobre o impulsivo Dimítri, o cético Ivã e o magnânimo Aliéksiei.

Não vou adentrar muito no enredo a fim de evitar spoilers aos que não leram.

"Muitas vezes, as pessoas, mesmo más, são mais ingênuas, mais simples do que o pensamos."

Destaco que gosto dessa obra, pois não há um herói virtuoso característico. Todos são uma mistura do bem e do mal, alterando suas facetas conforme os acontecimentos, sendo que seus conflitos internos são abordados concomitantemente a partir da inserção de elementos da psicologia para analisar os personagens diante dos diversos acontecimentos vividos por eles. Fora isso, o autor, com maestria, consegue evitar que uma obra tão longa seja enfadonha e nos conduz com o devido suspense no julgamento do assassinato do velho Karamázov.

"Quem mente para si mesmo e dá ouvidos à própria mentira chega a um ponto em que não distingue nenhuma verdade nem em si, nem nos outros e, portanto , passa a desrespeitar a si mesmo e aos demais."