segunda-feira, 16 de abril de 2018

RESENHA: AS SOBREVIVENTES - RILEY SAGER - EDITORA GUTEMBERG

Boa noite, pessoal.

Quando 2018 começou um dos primeiros livros que separei para ler foi As Sobreviventes (Riley Sager) lançado pela Editora Gutenberg.

A sinopse prometia um suspense delicioso e para cativar ainda mais o leitor na capa do livro constava uma citação de Stephen King informando que era “o melhor thriller de 2017”. Por tal razão, em outubro/2017 comprei esse livro de autoria até então desconhecida por mim.

Imagem relacionadaSinopse: Há dez anos, a estudante universitária Quincy Carpenter viajou com seus melhores amigos e retornou sozinha, foi a única sobrevivente de um crime terrível. Num piscar de olhos, ela se viu pertencendo a um grupo do qual ninguém quer fazer parte: um grupo de garotas sobreviventes com histórias similares. Lisa, que perdeu nove amigas esfaqueadas na universidade; Sam, que enfrentou um assassino no hotel onde trabalhava; e agora Quincy, que correu sangrando pelos bosques para escapar do homem a quem ela se refere apenas como Ele. As três jovens se esforçam para afastar seus pesadelos, e, com isso, permanecem longe uma da outra; apesar das tentativas da mídia, elas nunca se encontraram. Um bloqueio na memória de Quincy não permite que ela se lembre dos acontecimentos daquela noite, e por causa disso a jovem seguiu em frente: é uma blogueira culinária de sucesso, tem um namorado amoroso e mantém uma forte amizade com Coop, o policial que salvou sua vida naquela noite. Até que um dia, Lisa, a primeira sobrevivente, é encontrada morta na banheira de sua casa com os pulsos cortados; e Sam, a outra garota, surge na porta de Quincy determinada a fazê-la reviver o passado, o que provocará consequências cada vez mais assustadoras. O que Sam realmente procura na história de vida de Quincy? Quando novos detalhes sobre a morte de Lisa vem à tona, Quincy percebe que precisa se lembrar do que aconteceu naquela noite traumática se quiser as respostas para as verdades e mentiras de Sam, esquivar-se da polícia e dos repórteres insaciáveis. Mas recuperar a memória pode revelar muito mais do que ela gostaria.

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Devido a minha pilha, sempre monstruosa, de livros pendentes de leitura resolvi deixar esse para o início do ano, mas estava bem ansiosa, pois havia visto excelentes críticas.

Comecei a leitura cheia de expectativa, mas para ser franca nas primeiras 80 páginas pensei que ia morrer de tédio. Eu achei o início do livro extremamente chato... Não conseguia suportar a protagonista, a qual não me causou qualquer simpatia ou interesse. Garota mala e totalmente sem graça que parece um fantoche na mão de uma estranha!

Não conseguia acreditar que essa pessoa tinha sobrevivido ao ataque para ser tão enfadonha.

Diante isso, quando atingi a página 100 simplesmente abandonei a leitura e acabei me distraindo com outros 05 livros, os quais foram excelentes. Tentei recomeçar, mas não fluiu.

No entanto, esse final de semana recomecei a batalha e acabei por concluir a leitura.

“A floresta tinha garras e dentes.”

A sobrevivente Quincy Carpenter é a protagonista da obra e o livro se intercala entre o seu presente e narrativa envolvendo o fatídico massacre do qual escapou. Logo, a narrativa de As Sobreviventes é feita em primeira pessoa quando fala do presente de Quincy e em terceira pessoa conforme vamos descobrindo o que aconteceu no Chalé Pine.

A mocinha não se lembra dos detalhes do que aconteceu na cabana em que passava um fim de semana com os amigos tendo apenas lembranças do início do final de semana e da sua trágica fuga do assassino.

“Você não pode mudar o que aconteceu.
A única coisa que pode controlar é a maneira como lida com isso.”

Além da protagonista somos apresentados a Lisa Milner e Samantha Boyd, outras duas mulheres que também sobreviveram a enormes tragédias, e juntamente com Quincy ganharam por parte da mídia o nome de Garotas Remanescentes.

Quincy não gosta desse nome e de saber que faz parte desse seleto grupo, razão pela qual busca desesperadamente demonstrar que superou o ocorrido e que a normalidade reina em sua vida.

“’Garota Remanescente’ é uma expressão que se refere à última mulher a sobreviver no final de um filme de terror. Pelo menos, foi isso que me disseram.”

A história começa com Lisa morta, em razão de um suicídio, motivo pelo qual Sam bate à porta de Quincy para saber como ela está e para que ambas se apoiem. A partir da convivência entre Quincy e Sam vamos acompanhando uma tentativa de busca pela memória perdida da protagonista a fim de que se descubra a verdade acerca da tragédia do Chalé Pine.

Como já comentei do meu ponto de vista a história demora a entrar num ritmo interessante, pois durante boa parte do livro só há uma abordagem acerca do relacionamento esquisito de Quincy e Sam. Há breves fugas dessa temática a partir de interações com Jeff e Coop, respectivamente, o namorado de Quincy e o policial que a salvou, mas na maior parte do tempo temos Sam desesperada para que a outra recorde o que houve no Chalé Pine.

“Sam quer que eu me lembre.
Só não entendo por quê.”

As partes que mais me interessaram envolveram a narrativa do passado, isto é, quando a história envolvendo o Chalé Pine era apresentada. Acredito que o livro teria sido muito mais interessante se esse espaço fosse mais explorado.

Eu acreditava que a temática abordada tinha boas chances de render uma excelente história, mas considero que o livro teve bem mais situações esdrúxulas do que positivas.

Sinceramente, por mais que eu saiba que há certo fascínio das pessoas por grandes tragédias e seus assassinos e sobreviventes não me fez nenhum sentido a perseguição que a Quincy, Lisa e Sam sofrem por parte da imprensa e o tal apelido de Garotas Remanescentes. As três não eram amigas e foram vítimas de crimes diversos que ocorreram em épocas diferentes, mas estranhamente quando acontece algo com uma delas a imprensa corre atrás das demais... Desculpem-me, mas não faz sentido!

“Demos muito azar, querida. A vida nos engoliu, depois cagou e todo mundo só quer que a gente supere e aja como se nada tivesse acontecido.”

Além disso, tenho que destacar que a Quincy pensa viver uma vida normal, mas somos apresentados a seus pensamentos de modo que tomamos ciência de que ela possui medo até de pronunciar o nome do assassino de seus amigos. Desse modo, não me parece ter qualquer sentido o fato dela abrigar Sam em sua casa, eis que era uma total desconhecida. E muito menos, entendo como possível as aventuras noturnas que as duas passam a exercer no Central Park.

Sinceramente não tenho como acreditar que uma vítima de crime violento, a qual tem pesadelos com o crime e toma calmante iria brincar de Batman & Robin, durante as madrugadas, com uma completa estranha. Não vou adentrar profundamente na questão para não dar spoiler, mas achei isso muito sem sentido.

Admito que o final do livro foi interessante, mas ainda assim, enquanto as últimas 60 páginas se desenrolavam, eu já conseguia antever o elemento surpresa que seria apresentado... O autor fez um esforço final para trazer uma reviravolta, mas de uma forma tão simplória que achei bem previsível. Por tal razão, do meu ponto de vista a melhora final não foi suficiente para que eu considerasse válida a afirmação feita pelo Stephen King na capa da obra.

Sei que gosto é algo muito pessoal, mas realmente não consigo entender tantos comentários positivos que li quanto a esse livro.

No entanto, meus queridos amigos, acho que toda a discussão é válida motivo pelo qual espero ver a opinião de vocês por aqui.

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