Boa noite, queridos leitores!
Hoje quero falar de um dos melhores livros que li esse ano: Proibido, da Tabitha Suzuma.
Acredito que será uma das resenhas mais difíceis que vou fazer, pois não há palavras suficientes para transmitir todo o sentimento existente nesse livro. Na verdade meu maior receio é que meu texto não consiga fazer jus a toda ousadia de Tabitha ao abordar um tema tão polêmico de um modo tão puro e belo.
Logo, que o livro foi lançado já senti uma grande curiosidade em razão do tema envolvido. Normalmente quando se vê falar em incesto na mídia sempre há uma parte hipossuficiente que é coagida a participar do ato. Assim, ao saber que haveria um livro que abordava a possibilidade de amor consensual entre dois irmãos senti que precisava ler Proibido.
Posso garantir a vocês que não houve arrependimentos!
Proibido foi lançado no Brasil pela Editora Valentina, a qual merece inúmeros elogios pela coragem de trazer um livro que foi alvo de críticas em diversos países. A Editora Valentina sempre apresenta seus livros com muita qualidade e charme, mas no caso de Proibido acredito que a escolha da capa e da diagramação não poderia ser mais perfeita!
Sinopse: Ela é doce, sensível e extremamente sofrida: tem dezesseis anos, mas a maturidade de uma mulher marcada pelas provações e privações da pobreza, o pulso forte e a têmpera de quem cria os irmãos menores como filhos há anos, e só uma pessoa conhece a mágoa e a abnegação que se escondem por trás de seus tristes olhos azuis.
Ele é brilhante, generoso e altamente responsável: tem dezessete anos, mas a fibra e o senso de dever de um pai de família, lutando contra tudo e contra todos para mantê-la unida, e só uma pessoa conhece a grandeza e a força de caráter que se escondem por trás daqueles intensos olhos verdes.
Eles são irmão e irmã.
Mas será que o mundo receberá de braços abertos aqueles que ousaram violar um de seus mais arraigados tabus? E você, receberia?
Com extrema sutileza psicológica e sensibilidade poética, cenas de inesquecível beleza visual e diálogos de porte dramatúrgico, Suzuma tece uma tapeçaria visceralmente humana, fazendo pouco a pouco aflorar dos fios simples do quotidiano um assombroso mito eterno em toda a sua riqueza, mistério e profundidade.
Tabitha utiliza uma narrativa em primeira pessoa e os capítulos são intercalados pelo ponto de vista dos dois personagens principais: Maya e Lochan. Tal divisão permite que possamos acompanhar os fatos do ponto de vista dos dois personagens tendo plena consciência do sentimento de ambos.
O livro conta a história de uma família desestruturada. Lochan tem dezessete anos, Maya tem dezesseis. A vida inteira foram os melhores amigos um do outro, a companhia nas horas de desespero, o apoio durante as dificuldades. Filhos de uma mãe instável e alcoólatra desde muito cedo foram obrigados a amadurecer e cuidar dos irmãos menores: Willa, Tiffin e Kit. O pai cansado da esposa irresponsável trocou a família por outra mulher. Assim, Lochan e Maya assumiram o papel de pais dos irmãos menores.
A família não tem muito dinheiro e a mãe, Lily Whitely, passa mais tempo bebendo e na casa do namorado, Dave. No entanto, Lochan e Maya se unem para que nada falte aos irmãos menores. Willa e Tiffin, respectivamente com 5 e 8 anos, e Kit, um adolescente de 13 anos, recebem dos irmãos mais velhos todo o amor que deveria ser dado pelos pais. Tentando organizar a vida familiar, Lochan e Maya dividem seus dias entre a escola e as tarefas de casa, quando ajudam os irmãos nos temas, nas refeições e brincadeiras.
Lochan está prestes a fazer dezoito anos e é o mais velhos dos 5 irmãos. É um jovem doce e bonito, porém introvertido e que sempre espera o pior das situações. Sua mãe sempre que possível faz questão de culpá-lo pelo casamento frustrado. Lochie, como é carinhosamente chamado pelos irmãos, é um jovem extremamente inteligente, com um currículo escolar impecável e prestes a fazer a prova para ingressar na faculdade. Todavia, o jovem apresenta constantes crises de pânico quando está na escola e não consegue socializar com os colegas. Sua única amiga é Maya, pois na escola é visto como esquisito. Quando o pai abandonou a família, Lochie só tinha 12 anos e acabou assumindo responsabilidades que estavam além de sua idade... Sendo “promovido” ao posto de homem da casa e com poucos recursos passou a cuidar da família do melhor modo possível. Ao mesmo tempo em que vemos um garoto sensível percebemos que é ele o elo que mantém a família unida.
Já Maya é o oposto do irmão. Está quase fazendo dezessete anos e é uma garota totalmente extrovertida. A jovem é uma típica adolescente que possui amigos e adota uma postura conciliadora sempre tentando amenizar os conflitos que ocorrem entre Kit e Lochie. No entanto, mesmo tendo ao seu lado a melhor amiga, Francie, a jovem sabe que não pode confiar a todos a situação de sua família a fim de não chamar atenção do Serviço Social.
Não demora muito tempo para Lily escassear cada vez mais as “visitas” a sua família e praticamente se mudar para a casa do namorado, o qual também é seu chefe. Assim, cada vez mais Maya e Lochan assumem o papel de um casal de pais no cuidado com seus irmãos.
Num determinado dia Maya resolve aceitar o convite de um jovem de sua escola e sai para um encontro. Nico é um jovem rico e disputadíssimo pelas garotas da escola e ao que parece muito interessado em Maya. Ao saber que a irmã vai ter um encontro, Lochan, quase surta num turbilhão de sentimentos conflitantes. Mesmo Nico sendo muito simpático e atraente, durante o encontro, Maya acaba percebendo que não está a fim dele. Na verdade, não está a fim de nenhum cara da escola.
Ao retornar para casa Maya encontra o irmão surtando na sala a sua espera. Em meio a uma grande discussão sobre o que havia acontecido no encontro a verdade aparece e ambos notam que o sentimento que não percebiam e inconscientemente sufocavam estava lá: o amor! A partir daí a rotina passa a ser mais suave, mas também surge o grande questionamento sobre as consequências desse amor! Maya e Lochan não conseguem entender a razão para o amor parecer algo tão errado e sentem grande temor pelo que esse sentimento pode acarretar na vida de seus irmãos. No país em que a família reside o incesto é crime e ambos poderiam acabar presos!
Eles sabem que não é certo estarem apaixonados! O amor entre irmãos deve ser apenas fraternal e eles lutam contra esse amor, mas o problema é que o sentimento foi algo natural. As circunstâncias da vida fizeram com que esses dois irmãos fossem criados como parceiros em igualdade de funções e obrigações. Maya e Lochan não foram criados como irmãos, mas como duas metades que se completam!
Ficar junto é errado, mas Maya e Lochan sentem um amor profundo! São duas almas errantes que só querem ficar juntas pelo máximo de tempo possível... Não vou contar o que acontece a partir de agora, pois acho horrível fazer um spoiler numa obra que merece tanto ser lida!
Para os que chegaram até aqui pensando que “jamais irão ler esse livro” peço sinceramente que repensem tal conclusão. Não importa o que a sociedade nos ensinou sobre o incesto! Esse livro merece ser lido livre de preconceitos.
Da primeira a última página meus sentimentos foram conflitantes! Culpei a mãe relapsa, odiei o Kit, quis o sucesso de um relacionamento que sabia não ser certo ao mesmo tempo em que torcia que eles nunca dissessem um ao outro o que sentiam... Lochan foi de longe o meu personagem favorito por toda a sua intensidade, bem como pela complexidade de seus sentimentos! Não há como ler Proibido e ser indiferente, pois as emoções dos personagens nos atingem em cheio e nos fazem refletir que nem sempre o padrão se aplica a todas as situações e que o errado às vezes pode parecer o mais correto!
Proibido é uma história intensa, perturbadora e arrebatadora sobre um amor comovente e sentimentos inocentes que brotaram de uma realidade cruel!
O livro não deve ser visto apenas como uma obra sobre incesto. Ele vai muito além disso! Ele mostra o sacrifício que dois adolescentes fazem para que seus irmãos sofram o mínimo possível diante de uma realidade tão dura, o quanto podem anular seus anseios para que a família permaneça unida. Proibido fala de amor, de angústia, de dor! É um livro tocante, que te atinge, te queima e te faz refletir sem ser agressivo e nem apelativo.
Indico a leitura para todos que apreciam um bom livro, uma história intensa e que principalmente não temem inovar... Livrem-se da alienação e conheçam a história de Maya e Lochan dois jovens que jamais fizeram algo errado até cometerem o maior erro de suas vidas: apaixonarem-se!
Eu quase chorei só de ler a resenha. Eu tenho medinho de ler esse livro,mas depois dessa resenha...Vou compra-lo amanhã!!
ResponderExcluirQuando ouvi falar desse livro não sabia o que esperar, mas depois de ler fiquei sem palavras!
ExcluirÉ impossível não torcer por Lochan e Maya... Está na minha lista de favoritos do ano de 2014.
Chorei horrores quando li esse livro, nossa me comoveu tanto que na metade do livro eu estava torcendo para Maya e Lochan ficarem juntos, mais ai veio o final do livro e sofri com o final do livro, um final que eu não queria pros dois fiquei revoltada. :( :(
ResponderExcluirTive a mesma sensação... foi difícil não torcer para eles ficarem juntos!
ExcluirNão sabia se chorava abraçada ao livro, ou se chorava e o jogava pela janela! Umas das resenhas, se não a mais dificil que fiz. Dê uma conferida lá no meu blog! http://manhemedaumlivro.blogspot.com.br/
ResponderExcluirAgora entendo quando disseram que você "ama ou odeia" esse livro. Posso dizer que amei... eu realmente fiquei impactada com toda a profundidade dos sentimentos que foram descritos e o desenvolvimento da trama, mesmo quando me senti em conflito. Este é um tipo de livro que faz você refletir, chorar, sentir raiva e torcer para que as coisas fossem diferentes. Os sentimentos são tão reais, crus... já li alguns livros depois e ainda me pego relembrando o desfecho emocionante.
ResponderExcluirVerdade! Só lendo esse livro pra entender quando dizem que vc o "ama ou odeia". Confesso que não sei exatamente qual sentimento foi mais forte, se foi o ódio ou foi amor pelo casal...como desejei que eles ficassem juntos, como desejei que não fossem irmãos no final do livro, como ODIEI sua mãe, como amei e odiei Kit no final...apesar do final triste, surpreendente e revoltante, entendi Lochan e o amei mais ainda por isso. Mesmo sabendo que não tem como ter continuação, queria muito saber qual o final de sua mãe, do seu pai e de seus irmãos e principalmente de Maya...mas enfim...
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ExcluirUm livro muito bom... Gosto de livros que me despertei várias emoções de modo concomitante.
ExcluirChorei,torci e chorei!
ResponderExcluirSó de lê a resenha do livro e ver um vídeo falando que o final iria ser bombástico,me preparei só que...não teve jeito.mesmo tendo uma noção do que poderia acontecer foi impossível não verter lágrimas.
Eu amei muito esse livro e queria tanto q tivesse uma continuação, queria saber se a maya conseguiu finalmente superar
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