quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Resenha: O caso dos dez negrinhos / E não sobrou nenhum (Agatha Christie)

Olá pessoal!

Acho que já comentei que adoro livros policiais, né?
 
Minha paixão por esse tipo de literatura começou ainda na pré-adolescência quando resolvi matar a curiosidade e ler a coleção de livros de minha mãe. No caso todos os livros eram da Rainha do Crime, Agatha Christie... Meu primeiro livro dela foi "É fácil matar"! E a partir dele não parei mais de ler...
 
A resenha de hoje é sobre o livro que considero a obra prima da Agatha Christie... Com certeza o livro mais surpreendente que já li até hoje: O caso dos dez negrinhos! Acredito que estou certa na indicação, pois este é o livro mais vendido da "Duqueza da Morte".
 
A edição que tenho é de 1987 e foi lançada pela editora Círculo do Livro, mas atualmente ele foi relançado pela editora Globo com o nome de "E não sobrou nenhum".
 
Confesso que com esse livro sou tradicional e prefiro o título antigo! Até porque a nova versão alterou os trechos que relacionavam a palavra "negros" inclusive o poema.


O livro começa nos falando sobre a Ilha do Negro, uma ilha misteriosa que possui um proprietário que se mantém no anonimato. Os jornais e moradores da região ao entorno da ilha especulam que o misterioso dono da ilha é uma estrela de cinema ou apenas um milionário megalomaníaco.
 
Dez pessoas que não se conhecem e não possuem nada em comum são levadas de modo diverso para a Ilha do Negro a convite do Sr. Owen. O anfitrião não esclarece aos convidados de onde se conhecem, mas faz questão de que todos venham para a ilha. Assim, Emily Brent, Vera Claythorne, Dr. Armstrong, Anthony Marston, Juiz Wargrave, Philip Lombard, General Macarthur, Willian Henry Blore, Thomas Rogers e Ethel Rogers dirigem-se a ilha.
 
Todos os convidados estão ansiosos para entender o repentino convite, mas logo que desembarcam na Ilha do Negro descobrem que o anfitrião não poderá comparecer. Infelizmente o barco que os levou já regressou ao continente e não há outra alternativa além de ficar na ilha até o seu retorno dentro de alguns dias.
 
Assim, todos se dirigem a mansão a fim de se instalarem. Curiosamente há na mansão dez esculturas de negrinhos dispostas no centro da mesa redonda, sobre um suporte circular de vidro e, curiosamente, em todos os quartos há emoldurado sobre a lareira um quadro com uma velha historieta infantil em versos:
"Dez negrinhos vão jantar enquanto não chove;
Um deles se engasgou e então ficaram nove.
Nove negrinhos sem dormir: não é biscoito!
Um deles cai no sono, e então ficaram oito.
Oito negrinhos vão a Devon de charrete;
Um não quis mais voltar, e então ficaram sete.
Sete negrinhos vão rachar lenha, mas eis
Que um deles se corta, e então ficaram seis.
Seis negrinhos de uma colméia fazem brinco;
A um pica uma abelha, e então ficaram cinco.
Cinco negrinhos no foro, a tomar os ares;
Um ali foi julgado, e então ficaram dois pares.
Quatro negrinhos no mar; a um tragou de vez
O arenque defumado, e então ficaram três.
Três negrinhos passeando no Zoo.
E depois? O urso abraçou um, e então ficaram dois.
Dois negrinhos brincando ao sol, sem medo algum;
Um deles se queimou, e então ficou só um.
Um negrinho aqui está a sós, apenas um;
Ele então se enforcou, e não ficou nenhum.”
Durante o jantar todos os convidados comentam sobre as dez figuras de porcelana e a existência dos versos achando engraçado o fato. Realizada a refeição os convidados se dirigem a sala para tomar um café quando são surpreendidos por uma voz misteriosa que os acusa de crimes que todos escondiam muito bem!
“Senhoras e Senhores! Silêncio, por favor!”
Todos se sobressaltaram. Olharam em torno… uns para os outros, para as paredes. Quem estava falando?
A Voz prosseguiu, alto e bom som:
“Sois acusados dos seguintes crimes”
“Edward George Armstrong, de ter causado, em 14 de março de 1925, a morte de Louisa Mary Clees”.
“Emily Caroline Brent, de ter sido responsável pela morte de Beatrice Taylor, ocorrida em 5 de novembro de 1931”.
“William Henry Blore, de ter provocado a morte de James Stephen Landor, em 10 de outubro de 1928”.
“Vera Elizabeth Claythorne, de ter morto, em 11 de agosto de 1935, a Cyril Ogilvie Hamilton”.
“Philip Lombard, de ter sido culpado, em fevereiro de 1932, pela morte de vinte e um homens, pertencentes a uma tribo da África Oriental”.
“John Gordon Macarthur, de ter, a 14 de janeiro de 1917, enviado deliberadamente para a morte o amante de sua mulher, Arthur Richmond”.
“Anthony James Marston, de ter sido, no dia 14 de novembro último,
culpado pela morte de John e Lucy Combes”.
“Thomas Rogers e Ethel Rogers, de terem sido, a 6 de maio de 1929, os causadores da morte de Jennifer Brady”.
“Lawrence John Wargrave, de ter sido, a 10 de junho de 1930, responsável pelo assassínio de Edward Seton”.
“Acusados aqui presentes, tendes alguma coisa a alegar em vossa defesa?”.
Calou-se a Voz.

 
A partir desse momento fica claro que o objetivo do Sr. Owen ao trazer todos até a ilha era garantir uma punição condizente com os crimes cometidos no passado e que haviam ficado sem julgamento.
Logo, um a um os convidados começam a ser assassinados sendo que quanto maior a culpa pelo crime mais para o fim da lista a vítima ficava a fim de que sofresse com o medo de ser o próximo.
 
A única pista que todos possuem é o fato de cada convidado morrer de acordo com a história infantil. Além disso, cada vez que alguém morre um dos negrinhos de porcelana desaparece. É como se fosse um aviso do assassino... Ainda que o corpo não houvesse sido localizado sabia-se que alguém havia morrido.
 
A história vai lhe envolvendo a cada página, pois você percebe que os personagens estão completamente isolados sendo impossível a aproximação de algum barco antes da data marcada. Não há mais ninguém na ilha além daquelas 10 pessoas. Definitivamente temos em mãos o crime perfeito, mas de que adianta um crime perfeito sem ninguém para saber?
 
Como eu disse no início esse livro é surpreendente. É uma história bastante simples, mas extremamente bem escrita. A cada novo assassinato fica cada vez mais difícil descobrir a identidade do assassino e as mortes cessam sem que você consiga ao menos desconfiar quem é o culpado.
 
Para os fãs desse tipo de história "O caso dos dez negrinhos" é perfeito... Não há como parar de ler, pois você necessita saber quem é o assassino.
 
Não vou estragar a surpresa e contar como se descobre quem é o assassino, mas lhes garanto que esse livro vale cada minuto!
 
Curtam a leitura, pois o livro é demais.
 

2 comentários:

  1. Puxa... Fiquei muito empolgada com o livro depois da sua resenha!
    Vou ler com certeza!

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    1. Oi Fernanda!
      Fico feliz que tenhas gostado da resenha e espero que o livro tenha lhe cativado. É o meu preferido da Agatha.

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