¿Holla, Que tal?
Esses tempos comentei com vocês que às vezes olho para a capa e o nome de um determinado livro e sinto uma vontade louca de ler a obra... No ano de 2014 comprei dois livros nesse impulso: “Não se apega, não” (Isabela Freitas) e “Cartas de amor aos mortos” (Ava Dellaira). O primeiro não me cativou, mas o segundo se apresentou como uma excelente leitura!
A primeira vez que vi o livro foi fazendo minha pesquisa mensal nos sites das editoras a fim de verificar os lançamentos. No exato momento em que vi o nome da obra, a bela capa e que a história se desenvolvia através de cartas direcionadas a personalidades como, por exemplo, Kurt Cobain, não resisti!
Livro: Cartas de Amor aos Mortos
Título original: Love Letters to the Dead
Autor: Ava Dellaira
Tradução: Alyne Azuma
Páginas: 344
Editora: Seguinte
Sinopse: Prestes a começar o ensino médio, Laurel decide mudar de escola para não ter que encarar as pessoas comentando sobre a morte de sua irmã mais velha, May. A rotina no novo colégio não está fácil, e, para completar, a professora de inglês passa uma tarefa nada usual: escrever uma carta para alguém que já morreu. Laurel começa a escrever em seu caderno várias mensagens para Kurt Cobain, Janis Joplin, Amy Winehouse, Elizabeth Bishop… sem nunca entregá-las à professora. Nessas cartas, ela analisa a história de cada uma dessas personalidades e tenta desvendar os mistérios que envolvem suas mortes. Ao mesmo tempo, conta sua própria vida, como as amizades no novo colégio e seu primeiro amor: um garoto misterioso chamado Sky. Mas Laurel não pode escapar de seu passado. Só quando ela escrever a verdade sobre o que se passou com ela e com a irmã é que poderá aceitar o que aconteceu e perdoar May e a si mesma. E só quando enxergar a irmã como realmente era – encantadora e incrível, mas imperfeita como qualquer um – é que poderá seguir em frente e descobrir seu próprio caminho.
A protagonista é Laurel, uma garota doce, que perdeu a irmã May de forma trágica. A jovem se sente perdida, pois May era sua irmã mais velha, sua melhor amiga, sua companheira, sua inspiração, sua protetora, o modelo de pessoa que Laurel queria se tornar.
Laurel vai iniciar o ensino médio e resolve mudar de escola, pois não quer que seus antigos colegas e professores sintam compaixão pelo que aconteceu com sua irmã! Nada incomoda mais do que se sentir digna da piedade alheia... May está morta e Laurel sente-se perdida, pois a irmã mais velha era seu modelo de perfeição!
Os pais haviam se separado antes da morte de May e após a tragédia a mãe de Laurel simplesmente faz as malas e vai para outro Estado para tentar “superar” a dor! Tal atitude faz com que a adolescente sinta como se a mãe lhe culpasse pela morte de May já que as duas irmãs estavam juntas na fatídica noite. Agora a garota passa uma semana na casa do pai e outra na cada da tia carola.
Laurel acredita que ninguém da nova escola conhecia sua história, por isso, a fim de auxiliar na compreensão do que ocorreu e objetivando aproximar-se da irmã acaba por tentar copiar o modo alegre, forte e corajoso de May!
Um dia na escola a professora de inglês passa uma tarefa onde todos devem escrever uma carta para alguém que já morreu. Laurel pensa imediatamente em Kurt Cobain, o qual era idolatrado por sua irmã. Para sua surpresa descobre que a professora também deu aula para May e acaba por atrasar a entrega do trabalho, eis que considera a carta íntima demais.
No fim o que era para ser um dever de casa acaba se tornando um hábito e Laurel vai relatando seu cotidiano e suas aflições para personalidades marcantes que já se foram... Aos poucos transforma seus sentimentos e emoções em palavras!
Em meio a esse turbilhão de sentimentos, Laurel faz amizade com duas garotas na escola, Hannah e Natalie, e se apaixona por Sky.
O grande diferencial do livro está no modo como a história se desenvolve... Através das cartas a história fica mais leve e é possível sentir de forma palpável os sentimentos mais profundos, os receios e temores de Laurel. O modo como cada personalidade é escolhida como destinatário da carta reflete exatamente o momento ou recordação que Laurel está vivendo!
Embora Laurel inicie o livro de modo meio infantil e totalmente influenciável pelos amigos podemos acompanhar de forma evidente o amadurecimento da personagem. De modo delicado e em ritmo moderado vemos a garota buscar a si mesma, bem como o entendimento acerca da morte de May.
No início achei Laurel muito bobinha, mas o desenrolar da história me apresentou a separação dos pais, o abandono materno e os acontecimentos que culminaram na morte de May... Passei a compreender melhor a personagem quanto entendi o que lhe havia acontecido antes da morte da irmã!
Um ponto que me decepcionou um pouquinho no livro foi o relacionamento entre Sky e Laurel... Achei a relação superficial! Ambos sabem muito pouco um do outro e acabamos sem saber praticamente nada de Sky. Considerando o quanto Laurel afirma amar o rapaz pensei que a relação ou a personalidade do jovem seriam mais desenvolvidas. Destaco que tal fato não chega a macular a qualidade do livro.
Do meu ponto de vista o enredo do livro é o quanto nossas vidas podem ser efêmeras e o quanto necessitamos aprender a viver mesmo com a ausência! Tendo isso em mente entendo que “Carta de amor aos mortos” não é apenas um livro juvenil, pois traz reflexões e questões vivenciadas por uma gama de pessoas, as quais certamente vão se identificar com alguma passagem da vida de Laurel.
Recomendo que se permitam conhecer as imperfeições de May e a jornada de auto-conhecimento de Laurel!
E vocês já leram ou pretendem ler “Cartas de amor aos mortos”? Comentem o que acharam do livro...
Bjus
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