domingo, 25 de janeiro de 2015

RESENHA: EM NOME DO MAL - JAMES OSWALD - EDITORA RECORD

Boa tarde, queridos!

Nos últimos dias andei lendo uns romances e precisei me desintoxicar, razão pela qual fui me dedicar a literatura policial que eu amooo demais! hahaha


Dessa forma, antes de trazer alguma resenha dos romances resolvi apresentar um livro que comprei no impulso... Quando li o nome e a sinopse pensei "esse é para mim"!

Em nome do mal, de James Oswald, foi lançado em 2014 pela Editora Record e é o primeiro livro da série de thrillers policiais protagonizados pelo inspetor Anthony McLean. Os outros livros da série, já lançados lá fora, são: The Book of Souls, Hangman's Song Dead Men's Bones.


A violência paira sobre Edimburgo. O corpo mutilado de uma jovem, vítima de um ritual macabro ocorrido há sessenta anos, repousa no porão de uma mansão. Os braços abertos, as mãos pregadas no piso de madeira, os órgãos removidos e dispostos em seis recipientes de vidro em torno da vítima. Além disso, uma proeminente figura local é brutalmente assassinada, um imigrante ilegal corta a própria garganta em um bar no centro da cidade, uma mulher se joga na linha do trem e outras quatro pessoas são mortas de forma violenta. O inspetor Anthony McLean tem certeza de que há uma ligação entre os assassinatos, os suicídios e o ritual no porão, mas não consegue encontrar uma explicação racional para os fatos. Na medida em que as coincidências aumentam, ele é forçado a considerar uma explicação sobrenatural. Poderia existir algo diabólico rondando a cidade que ele jurou proteger? Se sim, como detê-lo? As respostas que McLean procura logo farão com que se depare com a própria essência do mal. 


O livro foi ambientado na capital da Escócia e acompanha Anthony McLean, que recentemente foi promovido a inspetor, durante a investigação de um macabro e violento assassinato datado de meados da década de 40. Ao que tudo indica o crime faz parte de um ritual satânico, pois o corpo foi disposto num círculo com mãos e pés presos ao chão por pregos e em forma de cruz. Além disso, o corpo da jovem foi violado e suas entranhas expostas, com alguns órgãos colocados dentro de potes junto com objetos pessoais de 6 pessoas.

Enquanto tenta desvendar esse mistério McLean também tem que dividir sua atenção com vários casos de assaltos a residências realizados nos dias dos enterros dos seus ricos moradores. Além disso, vários assassinatos de figuras proeminentes da sociedade despertam a atenção da policia por sua brutalidade e semelhança e Tony McLean se vê intrigado com estranhos suicídios que vem ocorrendo em Edimburgo.

McLean e sua equipe de investigação, composta por Bob Rabugento e Mcbride, deparam-se com uma gama de coincidências, relações entre personagens, ligações entre os suicídios e os assassinatos que levam a pensar se tudo pode ter relação com o corpo mutilado no ritual de magia negra.

O inspetor McLean não é nenhum detetive brilhante como o grande Poirot, mas é um personagem inteligente e carismático com um passado trágico e que durante a investigação acaba perdendo sua vó que estava em coma por causa de um AVC. Mesmo que ele pareça perdido em meio as investigações o leitor acaba simpatizando facilmente com Tony e torcendo para que ele abandone seu perfil recluso.

Não há como se aprofundar muito no enredo sem revelar algum spoiler, mas posso garantir que não faltam mortes nesse livro! O livro possui bastante informação ao leitor, pois há detalhes do modo violento como os crimes foram praticados, somos apresentados as necropsias, a rotina da delegacia e ao dramas pessoais do inspetor na mesma velocidade.

Não há grande destaque entre os personagens secundários, pois todos acabam tendo sua importância vinculada as atividades desenvolvidas pelo McLean. No entanto, recebemos informações suficiente para conceber a personalidade de cada um e até mesmo adquirir simpatia por alguns. 

Somos inicialmente apresentados ao inspetor-chefe Duguid que é um verdadeiro mala dotado de pouca inteligência e que vive implicando com McLean, fato que acaba tornando-o verdadeiro antagonista. Assim, que Tony recebe seu primeiro caso conhecemos sua pequena grande equipe composta pelo sargento Bob “Rabugento” Laird e pelo detetive McBride. Embora a participação de ambos seja sempre secundária a McLean gostei muito dos dois personagens.

Bom, confesso que li muita critica por aí reclamando que Em nome do mal era uma história de policial óbvia, mas não concordo integralmente com elas e nem acredito que o fato de ser possível deduzir um ou outro detalhe possa retirar o prazer da leitura.

Claro que, quanto mais perto do fim do livro, fica fácil poder deduzir como alguns fatos se desenrolaram, mas não vejo problemas em seguir ao lado do inspetor na investigação ao invés de estar sempre atrás dele! A narrativa do livro é bem envolvente com todos os crimes e dramas que circundam McLean e a forma como o autor consegue ligar todas as histórias demonstra sua engenhosidade.

Além disso, a ideia de apresentar um lado sobrenatural é audacioso, pois se o tema não for bem trabalhado pode dar muito errado. No caso, de Em nome do mal o sobrenatural é apresentado de maneira sutil, fazendo-nos duvidar e questionar se seria algo real. 

Eu recomendo a leitura para quem gosta de um crime violento e de um enredo bastante agitado! O livro cumpre de modo satisfatório o que se exige do gênero policial... Ninguém jamais será uma Agatha Christie, mas James Oswald consegue divertir, cativar e repugnar de um modo muito eficiente.

Adorei o fato de que a Editora Record colocou no fim do livro uma nota através da qual o autor explica que a obra teve origem num conto. Além disso, somos literalmente presenteados pelo início original do primeiro capítulo que foi utilizado no conto... Infelizmente ele foi considerado muito violento por alguns leitores e o autor resolver mudar a abordagem. Eu gostei muito de ler como o livro poderia ter tido seu início e acho que deveria ter sido mantido, pois seria bem chocante!

Boas leituras!

Um comentário:

  1. Também já li outras resenhas desse livro, pensei que era um suspense policial previsível, mas pelo que você disse, ele não parece ser isso totalmente, e é sempre bom uma pitada de sobrenatural para melhorar a história.

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