sábado, 13 de setembro de 2014

Resenha: O Pintassilgo - Donna Tartt - Companhia das Letras

Oieeeee Pessoal!
Um bom sábado a todos... :)

Hoje vim falar de um livro que despertou minha atenção quando o vi nas prateleira da Livraria Saraiva! Não tem explicação, mas ao ler a sinopse do livro senti muita curiosidade! Precisava conhecer essa história!
 
Agora terminada a leitura vim compartilhar minhas impressões com vocês!
 
"Fixamente o pintassilgo olhava para mim, com seus olhos brilhantes e imutáveis."

O Pintassilgo
Autora: Donna Tartt
Editora: Companhia das Letras
728 Páginas
Tradução: Sara Grünhagen
 

Sinopse: Quando Theo Decker, nova-iorquino de treze anos, sobrevive milagrosamente a um acidente que mata sua mãe, o pai o abandona e a família de um amigo rico o adota. Desnorteado em seu novo e estranho apartamento na Park Avenue, perseguido por colegas de escola com os quais não consegue se comunicar e, acima de tudo, atormentado pela ausência da mãe, Theo se apega a uma lembrança poderosa de seu último momento ao lado dela: uma pequena, misteriosa e cativante pintura que acabará por arrastá-lo ao submundo da arte.
Já adulto, Theo circula com desenvoltura entre os salões nobres e o empoeirado labirinto da loja de antiguidades onde trabalha. Apaixonado e em transe, ele será lançado ao centro de uma perigosa conspiração.
O pintassilgo é uma hipnotizante história de perda, obsessão e sobrevivência, um triunfo da prosa contemporânea que explora com rara sensibilidade as cruéis maquinações do destino.
 
A primeira palavra que me ocorre quando vou falar de O Pintassilgo é brilhante! Acredito que nenhuma outra o defina tão bem! Tanto é verdade que o livro ficou mais de 30 semanas na lista dos mais vendidos do The New York Times. Além disso o romance foi vencedor do Pulitzer de 2013.
 
O livro é excepcional e a autora, Donna Tartt, nos trouxe uma história com enredo cativante!
 
 
O romance conta a história de Theodore Decker, narrador do livro, o qual está visitando o Metropolitan Museum of Art em Nova York junto com sua mãe, Andrey Decker. Num momento em que os dois se separam acontece a explosão de uma bomba em uma das salas do museu e mãe do garoto morre na hora. O menino de 13 anos acorda atordoado, mas sem graves ferimentos. Além dele um velho também sobreviveu.
 
Esse senhor consegue passar alguma orientações, um pouco desconexas, para Theo. Assim, encorajado pelo velho, o garoto consegue escapar daquele cenário desolador levando consigo um anel e um dos quadros da exposição dedicada aos grandes mestres holandeses.
 
Com a confusão ocasionada pelo atentado terrorista e pela chegada da polícia ninguém repara no garoto que se arrasta abraçado no pequeno quadro O pintassilgo, pintado por Carel Fabritius em 1654, a qual era a preferida de sua mãe.
 
(...)“Esta é a primeira pintura que eu realmente amei” , minha mãe estava dizendo. “Você não vai acreditar, mas estava num livro que eu costumava pegar emprestado da biblioteca quando era criança. Sentava no chão do meu quarto e ficava olhando para ela por horas, completamente fascinada. E, bem, de fato é incrível o que você pode aprender sobre uma pintura passando um bom tempo com uma reprodução, ainda que não muito boa. Comecei me apaixonando pelo pássaro, do jeito que se ama um animal de estimação ou algo do tipo, e terminei me apaixonando pela forma como foi pintado.” (...) Pouco à vontade, inclinei-me para a frente e olhei para a pintura. Era um quadro pequeno, o menor da exposição, e o mais simples: um tentilhão amarelo, contra um fundo liso e claro, preso a um poleiro por um tornozelo que estava mais para um graveto. “Ele foi discípulo de Rembrandt, professor de Vermeer”, disse a minha mãe. “Esse quadro é de fato o elo perdido entre os dois — aquela luz do dia, clara e pura, dá para ver de onde Vermeer tirou sua marca.”
 
Essa tragédia acaba por mudar a vida de Theo para sempre. Seu pai alcoólatra e viciado em jogo havia abandonado a família a algum tempo. Dessa forma, sem nenhum outro parente, o garoto e levado pelos assistentes sociais a residir com um amigo da família em um apartamento luxuoso. Theo se sente perdido nesse novo lugar e sua vida nunca mais será igual.
 
"As coisas teriam sido melhores se ela estivesse viva. Mas minha mãe morreu quando eu era criança; e, embora tudo o que aconteceu comigo desde então seja exclusivamente culpa minha, quando a perdi também perdi de vista qualquer farol que poderia ter me conduzido a algum lugar mais feliz, a uma vida mais plena e agradável.
Sua morte foi o marco divisória: Antes e Depois. E, embora seja uma coisa triste de admitir depois de todos esses anos, nunca encontrei ninguém que fizesse eu me sentir amado como ela fazia." 
 
Lá, o jovem Theo se sente triste e deslocado. Em uma das muitas reviravoltas do livro o pai do garoto, que conseguiu superar o alcoolismo, reaparece obstinado a levar o filho para viver com ele em sua casa em Las Vegas. Infelizmente, o pai passa seus dias apostando em jogos de azar e sua nova esposa, Xandra, está longe de ser uma mãe.
 
"Como é que tinha ido parar naquela estranha nova vida, na qual estrangeiros bêbados gritavam à minha volta à noite, todas as minhas roupas estavam sujas, e ninguém me amava."

Esse trecho acima descreve bem o retrato que o livro faz sobre a cinzenta juventude de um garoto que teve seu futuro destruído a partir daquele fatídico evento. A partir da ida do jovem para Las Vegas, o romance nos apresenta o crescimento de Theo, passando por seu envolvimento com bebidas, drogas e submundo do mercado de artes. Sem contar que ao final somos presenteados com uma bela reflexão de Theo sobre sua visão de mundo, sendo esta a parte que considero como a melhor do livro.

Claro que o livro assusta com suas mais de 700 páginas e é necessário destacar que a autora é extremamente detalhista ao nos apresentar os personagens e fatos que os cercam. Não são todas as pessoas que estão preparados para a erudição de Donna Tartt. Fora isso, embora todo o sucesso da obra, houve algumas críticas pesadas de importantes publicações como The New Yorker e The Paris Review.
 
Pode ser que o falatório em torno do livro seja um pouco exagerado, mas não há como desmerecer a obra de Donna. Trata-se de uma leitura interessante. O fato do enredo ser apresentado pelo protagonista faz com que a gente se sinta parte da história. Não há como não sentir curiosidade sobre o destino de Theo.
 
O Pintassilgo nunca é monótono e realmente nos apresenta uma boa história, contada às vezes com toques de humor, às vezes com drama, às vezes com um ar de suspense e até mesmo um pouco policial. Enfim, creio que essa seja a melhor qualidade do livro: não sei ao certo como classificá-lo! Há um pouco de tudo na obra!
 
Recomendo e muito a leitura do livro, mas se vocês sentiram um pouco de medo das 728 páginas tenho uma sugestão que pode instiga-los a conhecer o Theo: o site da Editora Companhia das Letras possui um trecho do livro em ".pdf" para leitura.
 
Vão lá e conheçam Theo. Garanto que vocês vão querer saber o que o destino reserva para ele!!!
 
 
Bom findi!
 
Bjus :*
 


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